sábado, 12 de abril de 2014

Simbologia, Ciência e a Lei Divina dos Números

Os números sempre estiveram presentes na vida do homem, seja na simplicidade de uma medida, no registro de um fato ou até na simbologia de um conceito. O Grande Criador em sua sabedoria divina, resolveu possibilitar que uma única espécie do mundo conhecido considerasse, segundo Pitágoras, a essência e o princípio de todas as coisas através de um símbolo numérico.

Mas o desejo de conhecer a ciência pura dos números, a verdade misteriosa e profunda foi cuidadosamente reservado aos iniciados, para que possam compreender as medidas de peso racionais, de fazer a leitura de qualquer monumento conhecido da idade média e da antiguidade, de conhecer os números predominantes na estrutura do universo e das coisas, de entender que existe uma representação da ordem, da inteligência e ao mesmo tempo das Leis Divinas, cabendo ao homem buscar as devidas respostas e aplicações numéricas para um mundo justo e perfeito, muito embora nem todos busquem as mesmas respostas ou enxerguem o mesmo mundo.

A representação simbólica dos 4 primeiros números é o inicio do caminho para se conhecer as medidas divinas e secretas da ciência, para se adentrar na abstração do mundo simbólico dos números:

.’. Número 1 – (Mônoda) representa a unidade, o individualismo, o astro e o homem, isto é, o princípio ativo.

.’. Número 2 – (Díada) significa o divisível, o símbolo do contrário, o antagônico ou o passivo com relação ao 1, desta forma, sempre há uma contrariedade: ao fogo a água; ao bem o mal; ao escuro a luz; a verdade a falsidade; ao quente o frio; ao alto o baixo;  ao homem a mulher; a inércia o movimento; ao preto o branco. Por isso, na antiguidade representava o inimigo, é o símbolo da dúvida. Não cabe se ater a esse número. 

.’. Número 3 – (Tríada) representa o equilíbrio, é atribuído à trindade de Deus, o pensamento, o amor e a ação. Representa a conciliação do Binário, da Unidade e do Ternário. O 3 representa a luz (fogo, chama e calor). Pode-se dizer que o mundo é em 3 dimensões, o universo é dividido em 3 esferas: o mundo natural, o mundo humano e o mundo divino. O 3 representa o espírito, é o primeiro número perfeito pois somados o primitivismo do 1 ao antagonismo do 2, surge então o equilíbrio. É a base da geometria, pois o triângulo é sua principal figura. São 3 as primeiras artes: gramática, a lógica e a retórica. Está presente também na música onde um acorde é composto de no mínimo por 3 notas. Faz parte da mais singular composição da família, o pai, a mãe e o filho, representando o ativo, o passivo e o resultado.  No catolicismo encontramos o batismo, crisma e comunhão; Pai, Filho e Espírito Santo; e nas 3 virtudes teológicas: fé, esperança e caridade. 3 reis levando 3 presentes foram adorar o menino Jesus ao nascer. Pedro, mesmo tendo negado Cristo por 3 vezes, recebeu as 3 chaves do paraíso e até mesmo o Mestre, após sua morte, ressuscitou no terceiro dia. Na Maçonaria existem infindáveis atributos relacionados a esse número: 3 são as qualidades essenciais para todo o maçom: vontade, amor e inteligência; é composta por aprendizes, companheiros e mestres; o templo é sustentado por 3 colunas, sabedoria, força e beleza;  a Ordem é composta pelos conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade, guardados por um de seus mais significativos símbolos: o triângulo; .

.’. Número 4 - (Tetrade) representa a materialidade, a passagem necessária para os números maiores. Indica as 4 letras do Tetragrama (IEVE), símbolo da Grande Evolução. O primeiro número formado, seja pela adição ou pela multiplicação. Também é o número que dá volume a pirâmide, ou seja a base da pirâmide, que é formada por 4 triângulos, segundo Pitágoras é de  simbologia feminina.

Os números fazem parte da vida e são de muito maior importância na simbologia, pois conseguem armazenar conceitos, princípios, valores, beleza, harmonia e tantos outros adjetivos, além de conhecimento e segredos antigos, que somados fazem a grandeza da Lei Divina.

“Convém explicar o emprego de figuras geométricas e as freqüentes alusões aos números, que se vêem em todas as escrituras antigas, como nos “Puranas”, no “Livro dos Mortos” do Egito e até mesmo na “Bíblia”. No “Livro de Dzyan”, tal como na “Cabala”, há duas classes de numeração que é preciso estudar: os algarismos,que algumas vezes são simples véus, e os Números Sagrados, cujos valores são conhecidos pelos ocultistas através da Iniciação. Os primeiros são meros signos convencionais; os segundos constituem o símbolo fundamental de tudo. Vale dizer: aqueles são puramente físicos, e estes, metafísicos; existindo entre uns e outros relação igual à Matéria e o Espírito, os pólos extremos da Sabedoria Una”. Helena Petrovna Blavatsky em “A Doutrina Secreta”

João Pessoa, 19/04/2013

quinta-feira, 3 de abril de 2014

A Sustentação e a Moral



Muitos seres da natureza constroem suas moradas para abrigar-se e nela garantir a continuidade de sua espécie, mas com o homem Deus foi generoso dando a ele três princípios importantes, não apenas para construir sua morada com mais solidez, mas também para abrigar o Seu conhecimento e garantir a continuidade da Grande Obra.


Os três princípios que representam os pilares da construção perfeita são: a sabedoria, a força e a beleza. Com a sabedoria o homem abre as portas para o conhecimento, que se opõe a ignorância, permite a ele agir de maneira acertada. A força é a grandeza capaz de vencer os obstáculos, a inércia e o retrocesso, segundo Gandhi força é a vontade indomável. Já a beleza é o adorno das ações, do caráter, da pureza, da simetria e harmonia, necessárias a edificação interna.

Mas para fixar as colunas com precisão é necessário ter uma ferramenta indispensável para orientar o local correto, onde a sustentação será permanente. A essa ferramenta damos o nome de moral. É ela quem fornece a noção do bem e do mal, algo exclusivo do ser humano e que o diferencia dos animais que agem por instinto. Obedecer a Lei Moral é uma obrigação, um dever que precede a todos os outros, por assim entender que é uma Ordem Superior. 

Mas infelizmente nem todas as pessoas tem a mesma compreensão e acabam enfrentando dificuldade na construção da sua morada, se afastam da moral para edificar em local de pouca luz, por influência de outros ou simplesmente por escolher um caminho errado ou mais curto. Por isso é preciso tomar cuidado mesmo com as boas intenções, porque muitas vezes não paramos para refletir de maneira crítica a fim de obter um parecer mais claro, em consequência teremos maior dificuldade com a sustentação.

Prometemos sempre defender e ajudar ao próximo sem distinção, é o princípio da igualdade e da justiça, porém, se estiver fixando seus pilares em local de pouca luz, deverá saber que estará traindo os ensinamentos antigos e os símbolos, estará então sozinho com sua própria sorte, pois, escolheu buscar vantagens pessoais ou não encontrou seus princípios morais, embora tenha os subsídios que precisa para estar sempre trabalhando com perseverança.

João Pessoa, 01/03/2013


A Iniciação e os Valores


Em todas as culturas o homem precisa se aperfeiçoar e passar para outra fase. Esse é o conceito da iniciação, é conhecer o desconhecido. O nascimento, o batismo, a puberdade, o primeiro emprego, o casamento, o nascimento de um filho, o ingresso em uma ordem, são alguns modelos de iniciação que remontam a nossa sociedade, algumas ritualísticas outras não.

Não seria a morte uma nova iniciação da alma? Teria ela medo de nascer como temos de morrer? A iniciação é um mistério, uma passagem para algo que temos medo e ao mesmo tempo alegria intensa. Normalmente o iniciado é avaliado para verificar se tem condições de assumir novas responsabilidades e conhecimentos, se busca a perfeição, se está apto a novas regras, se pode ser conduzido aos mistérios e até mesmo aos segredos. Mas independente de qual seja o objetivo é fundamental que seja feita com amor e dedicação, que se aproveite o máximo dessa passagem, pois sempre haverá outras em nossas vidas, é um ciclo que nunca termina.

Ser iniciado é um momento único, é nascer para uma nova vida de luz e fraternidade. Segundo Humberto Rohden é um processo místico pelo qual o homem começa a ser alguém no plano da realidade eterna. É entender que Deus nos dotou de inteligência para discernir o bem do mal, é fazer a leitura dos símbolos antigos, caminho reto para a sabedoria. É entender os valores morais e deslumbrar o duro trabalho que virá pela frente, é praticar boas ações, partilhar com seus fraternos, não distinguir raças, classes, nacionalidade e opinião, é combater a ambição e o orgulho. É lutar contra a ignorância, o preconceito, a mentira, o fanatismo e a superstição. É defender a liberdade e a dignidade, praticar a justiça e a tolerância, combater o infortúnio e a aflição, ser caridoso e sacrificar seus interesses pelo bem comum, desta forma então honrará ao Criador. A medida em que for lapidando o conhecimento, vai se tornando uma pessoa melhor preparada para as novas iniciações que o esperam, assim como para amar e ser amado.

Mas na sua jornada enfrentará dificuldades, terá conflitos internos, sofrerá preconceito e outros obstáculos a transpor. Nem tudo ocorrerá como espera, terá decepções. Constantemente precisará renovar seus votos e preceitos, passará por tudo que for necessário ao desenvolvimento sólido do pensamento, na prática se tornará um construtor da humanidade, deverá levar em seu coração a prece: Digna-te, ó Deus, em proteger a todos nós Obreiros. Anima o nosso zelo, fortifica a nossa alma na luta das paixões, inflama o nosso coração no amor da virtude e guia-nos. Presta-nos agora e sempre a Tua proteção e ampara-nos com o Teu braço onipotente em todas as provas e dificuldades. Que assim seja! 


João Pessoa, 22/02/2013


quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Aprendizado e a Prestação de Contas


Na longa jornada pela qual somos conduzidos como seres humanos, providos da imagem e semelhança do Criador, temos a missão de continuar a obra elevando a consciência e o altruísmo, aprendendo e ensinando aos próximos, para que estes possam continuar de onde um dia iremos parar. Assim a obra seguirá pelo infinito até quando Ele quiser e a nós caberá ainda, um último dever: prestar conta do que aprendemos e ensinamos, não pelos nossos erros enquanto homem, pois talvez errar seja humano, mas quem sabe aprender e ensinar não seja.

A principal finalidade do aprendizado é descobrir, ou seja "tirar o que cobre", desvendar, mas durante centenas de anos muitos saberes precisaram ser ocultados da visão comum, em fragmentos de um código de pensamento e ação, para então não serem interpretados como heresia, pois tudo que escapa da compreensão de uma mente simples é considerado errado, mesmo nos dias de hoje. Sendo assim para dar continuidade ao verdadeiro aprendizado é preciso levar em conta lugares, formas arquitetônicas, ritos, doutrinas e a história dos homens.

O obreiro precisa avançar com inteligência, progredir, aperfeiçoar a moral através do conhecimento embutido nos códigos, símbolos e ainda pautar os atos do dia a dia pelo que aprendeu, ou seja, deve praticar os preceitos. O aprendiz terá a oportunidade de desvendar os mistérios antigos, refletir sobre o verdadeiro significado e quando esquecer de algum, terá que recorrer ao Templo de Salomão para traze-los de volta a sua memória, por isso da importância de sempre estar reunido com seus fraternos.

João Pessoa, 25/11/2012

O Poder do Criador

E Deus criou o homem a sua imagem e semelhança (G 1:27), então deu a ele o poder de também criar, através da consciência, para continuar Sua obra. O homem o fez, criou quase tudo que vemos, promoveu o progresso da humanidade, inventou maravilhas, alavancou conceitos para os que vieram depois. Poderia ter criado muito mais e melhor se não tivesse sido preso pela vaidade, pelo egoísmo e por suas paixões materiais. Poderia não ter se corrompido e então usar o Poder do Criador para construir sua morada como a de “lá de cima”.

É curioso como existe uma tendência para o desequilíbrio moral. A mente humana tem uma íntima ligação entre o bem e o mal, no entanto é mais fácil ser corrompido do que lapidado, basta olhar a volta para perceber o contraste da criação do homem: a riqueza e a pobreza, tanto de matéria como de espírito. O homem em sua jornada construiu a desigualdade, deixou-se levar por mentes desequilibradas e fixadas na terra pela ignorância, preconceito, intolerância e interesses dos mais diversos que uma mente sem moral pode ter, por isso, perdeu o conhecimento antigo: o Poder do Criador e deu mais valor ao ter do que ao ser.

Mas onde estaria então o conhecimento antigo, perdeu-se para sempre? Podemos afirmar que somente uma mente no estágio mais avançado da reflexão, desprendida da terra, desvencilhada de vaidades e do egoísmo, capaz de controlar a natureza fraca e o instinto rústico poderá encontra-lo, pois ele foi inteligentemente protegido, escondido dos olhos profanos no melhor lugar que possa existir: na vista de todos.

Qualquer pessoa comprometida com a arte suprema do pensamento entende que a obra precisa de obreiros comprometidos e com vocação. Para investigar e encontrar o que foi escondido é necessário transformar a moral através do aprendizado e combater as trevas da ignorância. O Poder do Criador está muito bem ocultado em pequenos fragmentos, diante dos olhos destreinados, através de símbolos e da filosofia mística. Para começar é necessário uma régua para medir o tempo e aprender a apreciar as 24 horas de um dia; um malhete para desenvolver a habilidade em empregar a razão com pulso firme; um cinzel é necessárias para construir a perfeição com a educação e a perseverança. Então o iniciado poderá começar sua longa jornada em busca do Poder do Criador.

João Pessoa, 21/11/2012

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Templários - Inicio da Riqueza

Alem de obter o aval do papa os Templários ainda conseguiram ser completamente independentes. O Grão Mestre se reportava diretamente ao papa, isso fez uma grande diferença. Não haviam cardeais ou bispos no meio do caminho, a ordem estava acima de todos, podiam agir por conta própria  sem dar satisfação e principalmente sem precisar dividir nada com ninguém, tudo isso graças a São Bernardo. O papel dos Templários se mostrava de grande importância nos planos de ocupação da Terra Santa, então os fins justificaram os meios, a Ordem tinha um grande propósito, uma causa: os nobres guerreiros iriam restaurar a Terra de Deus domina pelos infiéis e odiosos sarracenos. Não podia existir nada mais importante do que isso para qualquer cristão decente.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Templários - Hierarquia

Todo empreendimento precisa de uma estrutura, um organograma, uma hierarquia, esse é um dos princípios da administração, assim como o seu bom funcionamento provem da competência de seus lideres, é o básico para que  consiga atingir seus objetivos com eficiência. A primeira estrutura formal da Ordem surgiu onze anos após a fundação com a regra de São Bernardo aprovada pelo papa Honório II em 1128, essa regra era a constituição que organizava os cavaleiros, não apenas do ponto de vista disciplinar e religioso, mas também criou a primeira hierarquia. Inicialmente teve apenas quatro níveis: Mestre dos Cavaleiros, Sargentos, Padres e Servos ou Ajudantes,  Mais tarde com um número enorme de membros a hierarquia precisou ser ajustada e novas funções foram adicionadas para funcionar melhor.

domingo, 14 de abril de 2013

Templários - Outras Ordens de Cavalaria

Sem dúvida os Templários foram a principal ordem de sua época, mas outras se destacaram por desempenhar papéis fundamentais para os interesses da igreja, seja nas lutas das Cruzadas, no apoio logístico, na segurança dos nobres e dos lavradores, na manutenção dos territórios ocupados, no atendimento aos enfermos e até mesmo no treinamento militar e na guarda de valores. Também cabia as ordens as importantes construções, como igrejas, castelos, fortificações e instalações de apoio, além de levar o sacerdócio para as regiões onde estavam instalados. Naquela época ser um monge guerreiro era um prestigio muito grande e muitas vezes era restrito as nobres famílias da Europa.

sábado, 16 de março de 2013

Templários - São Bernardo, o Patrono da Ordem

Falar dos Templários e não mencionar o monge Bernardo de Clairvaux (se lê Claraval) seria uma grande injustiça. O monge pertenceu a Ordem Católica de Cister, ingressou em  1112 quando na ocasião ainda convenceu mais trinta pessoas, entre amigos e parentes, a iniciarem juntos a vida monástica. Mais tarde converteu também toda sua família que fizeram o mesmo, incluíndo pai, irmão e a irmã a tomar o hábito em outra ordem. Isso tudo demonstra o seu grande poder persuasivo, desenvolvido desde cedo e o quanto a sua influência na igreja estava por crescer. Não demoraria para o monge se destacar e tornar-se abade na pobre ordem e mais tarde o número dois em influência em toda a igreja, ficando para trás apenas do papa Honório II.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Templários - O Surgimento da Ordem

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, teve inicio na segunda década do século XII, com a fusão de dois ideais em ascensão na idade média: a cavalaria de guerra e o monasticismo, ou seja, unir o guerreiro ao monge cristão em uma nova ideologia. A história diz que a finalidade principal seria proteger os peregrinos europeus até o destino da cidade sagrada de Jerusalém, recapturada do domínio muçulmano pelos Cruzados. No entanto a fortes indícios de que havia algo mais.