Templários - São Bernardo, o Patrono da Ordem

Falar dos Templários e não mencionar o monge Bernardo de Clairvaux (se lê Claraval) seria uma grande injustiça. O monge pertenceu a Ordem Católica de Cister, ingressou em  1112 quando na ocasião ainda convenceu mais trinta pessoas, entre amigos e parentes, a iniciarem juntos a vida monástica. Mais tarde converteu também toda sua família que fizeram o mesmo, incluíndo pai, irmão e a irmã a tomar o hábito em outra ordem. Isso tudo demonstra o seu grande poder persuasivo, desenvolvido desde cedo e o quanto a sua influência na igreja estava por crescer. Não demoraria para o monge se destacar e tornar-se abade na pobre ordem e mais tarde o número dois em influência em toda a igreja, ficando para trás apenas do papa Honório II.

A convergência entre São Bernardo e a Ordem dos Templários ocorre quando Bauduíno II, então rei de Jerusalém,  por sugestão dos fundadores Hugo de Payens, primo do monge e de André de Montbard, tio de Bernando, escreve uma carta pedindo ao monge que intervenha junto ao papa para ajudar a Ordem, na época da carta o abade já dispunha de muito prestigio e influência junto ao papa. Então tudo fluía e conspirava a favor da Ordem: a necessidade de um rei, o ideal de um grupo de cavaleiros e o apadrinhamento de um influente monge.

Em 1128 a Ordem foi aprovada pelo papa Honório II no Concílio de Troyes conforme a vontade de  Bernando. O monge que era influenciado pelos ideais da cavalaria borgonhesa e Santo Agostinho, tomado  por grande entusiasmo ainda escreveu  a regra dos Templários e os apoiou irrestritamente, angariando doações e abrindo as portas onde fosse preciso, por isso merecidamente foi nomeado seu patrono.  Mas não foi por isso que tornou-se santo, muitas lendas rodeiam a vida do monge, entre curas milagrosas e aparições, uma se destaca: conta-se que o culparam pelo fracasso da segunda cruzada e durante seus lamúrios aos pés de uma imagem do Crucificado a imagem de Cristo se despregou da cruz e veio ao seu encontro para consola-lo.

Quando assumiu a pobre e enfraquecida Ordem de Cister, contava com apenas sete abadias, em 34 anos passou para 328 ricas abadias, até o fim da sua vida chegou a 500. Curiosamente Bernardo prosperou rapidamente para os padrões, outro fato chamativo é que o monge foi nomeado abade um ano antes da fundação da Ordem e como em tão pouco tempo já dispunha de tanta influência na cúria de Roma? Em sua trajetória Bernardo elegeu  um papa, influenciou a segunda cruzada, repreendeu bispos, arcebispos e reis em público sem medo de retaliação, escreveu tratados e cânticos,  mas nunca desejou ser papa ou ter outro cargo direto na igreja cristã, nem mesmo ser bispo e durante toda sua vida. Os Templários também prosperavam da mesma forma e rapidez, se espalhando por toda a Europa. São Bernardo era um homem muito afrente do seu tempo, para a sorte da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo, até então. Foi canonizado no dia 18 de junho de 1174 pelo papa Alexandre III.

São Bernardo de fato não era um homem comum e não estava sozinho para conseguir tão grande feito, mas quem estava com ele?

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