Todo empreendimento precisa de uma estrutura, um organograma, uma hierarquia, esse é um dos princípios da administração, assim como o seu bom funcionamento provem da competência de seus lideres, é o básico para que consiga atingir seus objetivos com eficiência. A primeira estrutura formal da Ordem surgiu onze anos após a fundação com a regra de São Bernardo aprovada pelo papa Honório II em 1128, essa regra era a constituição que organizava os cavaleiros, não apenas do ponto de vista disciplinar e religioso, mas também criou a primeira hierarquia. Inicialmente teve apenas quatro níveis: Mestre dos Cavaleiros, Sargentos, Padres e Servos ou Ajudantes, Mais tarde com um número enorme de membros a hierarquia precisou ser ajustada e novas funções foram adicionadas para funcionar melhor.
O primeiro mestre nomeado foi o cavaleiro Hughe, existem registros datados de 1123 que comprovam antes mesmo da regra ser aprovada pelo papa. Mas foi na administração de seu sucessor Robert de Craon, vindo de uma família poderosa da cidade de Craon, em Anjou na França, que a Ordem alcançou sua estrutura hierárquica ideal, organização e atuação internacional. Robert possivelmente era irmão de um dos fundadores, pertenceu a nobreza e a vida palaciana da qual abdicou para se dedicar aos Templários. Quando essa expandiu-se rapidamente seus talentos de administrador e líder tornaram-se imprescindíveis. Foi na sua gestão que os Templários se organizaram internacionalmente. Também foi na sua gestão que obtiveram, através do papa Inocêncio II, a autonomia para agir com independência em relação as demais autoridades religiosas e seculares em qualquer jurisdição, isso na época gerou protestos e inquietação dentro da igreja de Roma, mas devemos lembrar que os Templários tinham a proteção (e a influência) de Bernado de Clairvaux, o papa também recebia seu apoio contra o pontificado alternativo do rival Anacleto II. Com amigos tão poderosos a inquietação logo se conteve e aquela antiga e limitada ordem, criada nas ruínas do Templo de Salomão, foi modificada, alterando profundamente o caráter dos Cavaleiros Templários.
Então a hierarquia original estava suplantada por uma nova, mais moderna e capaz de manter os grandes números e novas exigências do rápido crescimento. Segue a estrutura hierárquica do Templo:
- Grão-mestre: comandante supremo em todos os assuntos.
- Couvenant: que significa aliança ou pacto, era uma espécie de conselho ou assembléia plenária, era composto pelos membros do topo hierárquico para as decisões estratégicas ou de suma importância.
- Senescal: conselheiro e diplomata, substituía o grão-mestre em sua ausência.
- Marechal: comandante do exército.
- Comandante do Reino de Jerusalém: autoridade de toda região da Terra Santa.
- Comandante da Cidade de Jerusalém: responsável pelos Templários dentro da cidade e pela diplomacia com o rei de Jerusalém.
- Comandante de Trípoli e de Antioquia: responsável pelos assuntos da ordens naquelas cidades, tanto de ordem militar como diplomática.
- Comandantes das Províncias Europeias: comandantes militares que respondiam pelas províncias.
- Comandantes das Casas: comandantes administrativos das terras, castelos, fortalezas, comendas, etc.
- Comandantes dos Cavaleiros: responsável pelos treinamento militar e recrutamento dos Irmãos Cavaleiros e Sargentos do Mosteiro.
- Mestres: eram encarregados militares ou diplomatas, respondiam diretamente aos comandantes para atender as necessidades gerais das tropas, como a logística por exemplo.
- Padres: responsável pelas capelas e da vida religiosa da Ordem.
- Irmãos Cavaleiros: são os cavaleiros de guerra, usavam a túnica branca com a cruz vermelha e equipados com armas.
- Sargentos do Mosteiro: eram cavaleiros impossibilitados de batalha por doença ou ferimentos, também podiam ser recrutados para essa função. Se ocuparam com assuntos administrativos e a comunicação da Ordem.
- Turcopler: comandante dos sargentos.
- Sub-Marechal: atuava como responsável pelos soldados a pé e seus equipamentos.
- Drapier: eram encarregados das vestimentas e sua manutenção.
- Portador: era um sargento responsável por levar o estandarte da ordem.
- Irmão Sargento: normalmente não tinham ascendência nobre e lutavam a pé. Usavam túnica marrom com a cruz ao lado.
- Irmão Rural: agricultores, trabalhavam a terra nas comendas.
- Irmão Assistente de Doentes: eram como enfermeiros, cuidavam dos doentes e feridos.
- Torcopolos: tropas locais, mercenários ou de senhores locais normalmente para apoio as defesas.
A organização e a disciplina foram o ponto forte da Ordem e serviram de exemplo inclusive para seus inimigos, mas desvincular a Ordem das demais autoridades religiosas e seculares foi a grande sacada.
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