Os números sempre estiveram presentes na vida do homem, seja na simplicidade de uma medida, no registro de um fato ou até na simbologia de um conceito. O Grande Criador em sua sabedoria divina, resolveu possibilitar que uma única espécie do mundo conhecido considerasse, segundo Pitágoras, a essência e o princípio de todas as coisas através de um símbolo numérico.
Mas o desejo de conhecer a ciência pura dos números, a verdade misteriosa e profunda foi cuidadosamente reservado aos iniciados, para que possam compreender as medidas de peso racionais, de fazer a leitura de qualquer monumento conhecido da idade média e da antiguidade, de conhecer os números predominantes na estrutura do universo e das coisas, de entender que existe uma representação da ordem, da inteligência e ao mesmo tempo das Leis Divinas, cabendo ao homem buscar as devidas respostas e aplicações numéricas para um mundo justo e perfeito, muito embora nem todos busquem as mesmas respostas ou enxerguem o mesmo mundo.
A representação simbólica dos 4 primeiros números é o inicio do caminho para se conhecer as medidas divinas e secretas da ciência, para se adentrar na abstração do mundo simbólico dos números:
.’. Número 1 – (Mônoda) representa a unidade, o individualismo, o astro e o homem, isto é, o princípio ativo.
.’. Número 2 – (Díada) significa o divisível, o símbolo do contrário, o antagônico ou o passivo com relação ao 1, desta forma, sempre há uma contrariedade: ao fogo a água; ao bem o mal; ao escuro a luz; a verdade a falsidade; ao quente o frio; ao alto o baixo; ao homem a mulher; a inércia o movimento; ao preto o branco. Por isso, na antiguidade representava o inimigo, é o símbolo da dúvida. Não cabe se ater a esse número.
.’. Número 3 – (Tríada) representa o equilíbrio, é atribuído à trindade de Deus, o pensamento, o amor e a ação. Representa a conciliação do Binário, da Unidade e do Ternário. O 3 representa a luz (fogo, chama e calor). Pode-se dizer que o mundo é em 3 dimensões, o universo é dividido em 3 esferas: o mundo natural, o mundo humano e o mundo divino. O 3 representa o espírito, é o primeiro número perfeito pois somados o primitivismo do 1 ao antagonismo do 2, surge então o equilíbrio. É a base da geometria, pois o triângulo é sua principal figura. São 3 as primeiras artes: gramática, a lógica e a retórica. Está presente também na música onde um acorde é composto de no mínimo por 3 notas. Faz parte da mais singular composição da família, o pai, a mãe e o filho, representando o ativo, o passivo e o resultado. No catolicismo encontramos o batismo, crisma e comunhão; Pai, Filho e Espírito Santo; e nas 3 virtudes teológicas: fé, esperança e caridade. 3 reis levando 3 presentes foram adorar o menino Jesus ao nascer. Pedro, mesmo tendo negado Cristo por 3 vezes, recebeu as 3 chaves do paraíso e até mesmo o Mestre, após sua morte, ressuscitou no terceiro dia. Na Maçonaria existem infindáveis atributos relacionados a esse número: 3 são as qualidades essenciais para todo o maçom: vontade, amor e inteligência; é composta por aprendizes, companheiros e mestres; o templo é sustentado por 3 colunas, sabedoria, força e beleza; a Ordem é composta pelos conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade, guardados por um de seus mais significativos símbolos: o triângulo; .
.’. Número 4 - (Tetrade) representa a materialidade, a passagem necessária para os números maiores. Indica as 4 letras do Tetragrama (IEVE), símbolo da Grande Evolução. O primeiro número formado, seja pela adição ou pela multiplicação. Também é o número que dá volume a pirâmide, ou seja a base da pirâmide, que é formada por 4 triângulos, segundo Pitágoras é de simbologia feminina.
Os números fazem parte da vida e são de muito maior importância na simbologia, pois conseguem armazenar conceitos, princípios, valores, beleza, harmonia e tantos outros adjetivos, além de conhecimento e segredos antigos, que somados fazem a grandeza da Lei Divina.
“Convém explicar o emprego de figuras geométricas e as freqüentes alusões aos números, que se vêem em todas as escrituras antigas, como nos “Puranas”, no “Livro dos Mortos” do Egito e até mesmo na “Bíblia”. No “Livro de Dzyan”, tal como na “Cabala”, há duas classes de numeração que é preciso estudar: os algarismos,que algumas vezes são simples véus, e os Números Sagrados, cujos valores são conhecidos pelos ocultistas através da Iniciação. Os primeiros são meros signos convencionais; os segundos constituem o símbolo fundamental de tudo. Vale dizer: aqueles são puramente físicos, e estes, metafísicos; existindo entre uns e outros relação igual à Matéria e o Espírito, os pólos extremos da Sabedoria Una”. Helena Petrovna Blavatsky em “A Doutrina Secreta”
João Pessoa, 19/04/2013